Outras dicas esquecidas e links interessantes.

Mais sobre alimentação

Uma coisa que minha me disse logo que a Luisa nasceu é que eu sempre iria esquecer de levar alguma coisa pra ela, pra ir me acostumando e não esquentar a cabeça. E isso acontece muito até hoje, mesmo eu sendo uma pessoa organizada, daquelas que faz lista pra tudo.

Uma vez, que fomos passar o final de semana em São Bento do Sapucaí, simplesmente esqueci todas as roupas dela em São Paulo. Fique desesperada, tinha só uma muda de roupa na mochila de mão. Claro que justo naquele dia de madrugada, ela fez cocô e vazou tudo, o que nunca acontecia. A sorte foi que consegui lavar e no dia seguinte fez tanto sol que a roupa secou rapidinho e não fiquei na mão. Também já esqueci de comprar fralda, e minha sorte foi que a fralda de pano dobrada do jeito antigo que era usada ainda servia na Luisa. Fiquei feliz de me lembrar como dobrava, eu fazia isso com minhas bonecas.

Sendo assim, me esqueci de falar sobre duas coisas relativas à alimentação no último post.

Um item que sempre me incomodou muito de levar na viagens é o tal do esterilizador de mamadeiras de microondas. Ele é enorme, um trambolho que ocupa muito espaço. Quando descobri o saquinho que pode ser utilizado da mesma forma, me senti a pessoa mais ignorante da face da terra.

Minha amiga da faculdade, a Bianca, também me deu a dica de um aquecedor de mamadeiras que dá pra ligar no acendedor do carro. Ela conseguiu comprar um modelo bem barato pelo Ebay. Vale a pena para os picos de escalada que possuem estacionamento perto da pedra!

Eu comprei um aquecedor em gel da Nuk, que na propaganda parecia incrível, mas não funciona, é dinheiro jogado fora 😦

Depois disso desisti de esquentar comida e mamadeira, a Luisa acostumou a comer e a tomar tudo em temperatura ambiente.

Links interessantes

Eu costumo ler alguns blogs e páginas de pais que escalam com seus filhos (infelizmente todos em inglês), são eles:

Rock Climbing Moms (& Dads) – Comunidade no Facebook onde muitos pais compartilham experiências e dão dicas. Foi por lá que descobri o modelo ideal de cadeirinha para a minha filha. A Petzl só fabrica aquele modelo de fitas para crianças maiores de 4 anos, e que reclamam por ser desconfortável. Já a Edelrid lançou o modelo Fraggle, além de ser mais confortável, possui o tamanho XXS (para crianças a partir de 2 anos, dependendo do tamanho da criança). Ela também possui um loop na parte de trás, o que auxilia na descida do top rope, já que o próprio peso da criança não é suficiente para descer normalmente como nós. Comprei nos Estados Unidos por 45 dólares 🙂

Luisa e sua primeira cadeirinha.

Luisa e sua primeira cadeirinha.

Crag Mama – Erica Lineberry e o marido são americanos, possuem dois filhos e compartilham suas experiências na natureza, sejam boas ou ruins.

Climbing with kids – Mandy Byron e o marido também possuem dois filhos. São americanos de Lexington, no Kentucky e costumam escalar em Red River Gorge (lugar incrível onde passei 15 dias em setembro) e já escalaram em inúmeros lugares na Europa com seus filhos.

Edwards Family Climbers – A família Edwards é composta por 6 integrantes: Rob (pai), Jennifer (mãe), John (tio), Samantha (16), Preston (11) e Harry (14), todos escaladores. Nesse blog eles narram suas escaladas pelos Estados Unidos.

Beth Rodden – A Beth Rodden é uma escaladora que dispensa apresentações. Em seu blog ela relatou toda sua gravidez, e agora como foi retornar à escalada com a companhia de seu filho Theo, de 5 meses. Vale muito a pena ler seus posts, são muito interessantes!!!

Tommy e Becca Caldwell – Tommy Caldwell também dispensa apresentações. Ao lado de seu mulher e seu filho Fitz (1 ano e meio), eles relatam suas aventuras pelo mundo. O instagram da Becca (@beccajcaldwell) é cheio de fotos lindas!

Espero que gostem e que achem um tempinho para fuçar nesses blogs.

Realmente valem a pena!

Boas escaladas,

Ana Luisa.

Voltando a escalar e levando seu bebê junto.

Muitas pessoas me perguntam qual mochila eu escolhi para carregar a Luisa, e como eu encontrei a barraquinha onde ela dorme quando vamos para a pedra. Esse foi um dos motivos de eu ter tido a ideia de criar um blog, pois não achei dica nenhuma em português, somente em inglês. E eu pesquisei muito, muito mesmo.

Como disse anteriormente, voltei a escalar quando a Luisa estava com 7 meses (julho/2013). Confesso que fiquei com preguiça e não queria ficar mais tempo longe dela (eu faço faculdade de manhã enquanto ela fica com a nossa querida Lindaura, a “Dadá”). Se não fosse minha mãe praticamente tomar a Luisa do meu colo e me largar na porta academia, eu teria demorado mais ainda.

O retorno é difícil, a escalada é um esporte ingrato, mas eu tinha algo a meu favor, o peso. Quando engravidei, estava com 60 kg, o que acho muito para os meus modestos 1,62 cm. No final da gravidez atingi 76 g kg, e quando voltei a escalar estava com 51, acreditem. A amamentação, a correria e a genética me ajudaram bastante, só tive esse peso até os 18 anos. Não achava que estava com tanta vontade de voltar assim, afinal escalo há 16 anos, e de vez em quando eu perco a motivação. Mas foi só por as mãos nas agarras que uma saudade imensa veio à tona! Depois disso não parei mais, desde março deste ano faço um treino pesado e nunca estive tão forte.

O primeiro pico de escalada que a Luisa conheceu foi o Rubinho, na região de São Bento do Sapucaí. As vantagens desse lugar são muitas: as pedras são muito perto da estrada, existem boulders de várias graduações, e há espaço para montar o “acampamento”.

Sempre precisamos estar com mais alguém para revezar: enquanto um escala, um dá segurança e outro cuida do bebê. Fomos alguma vezes fazer boulder sem a terceira pessoa, e escalávamos enquanto ela dormia. No início carregávamos a Luisa no canguru, pois ela era pequena para a mochila.

Luisa e a tia Thais, no Rubinho. Foto: arquivo pessoal.

Luisa e a tia Thais no Rubinho. Foto: arquivo pessoal.

O Rubinho é perfeito para quem está começando ou voltando a escalar, como era o meu caso e sempre achei o Bigode e o Aranha difíceis. Comecei fazendo V0, V1, V2 e assim foi…me ajudou muito a evoluir no boulder sem perder a motivação. Hoje o Aranha conta com linhas mais acessíveis, assim como o Cruzeiro.

A barraquinha

Luisa dentro da barraquinha na Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Luisa dentro da barraquinha na Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Durante minhas pesquisas, me dei conta que quando levasse a Luisa para a pedra, uma hora ela iria dormir. Onde eu iria colocá-la? Depois de pesquisar inúmeros berços desmontáveis, e ver que todos eram muito pesados e grandes para carregar por aí, decidi procurar uma barraquinha. As vendidas aqui no Brasil (pelo menos na época em que procurei) não fecham totalmente, e meu maior medo era a menina ser atacada pelos pernilongos enquanto dormisse.

Foi pesquisando que encontrei essa aqui da Koo-di, que fecha com telinha e o bebê fica bem protegido. Uma vez, estava tão cheio de mosquitos no Cipó, que eu queria ficar lá dentro com ela! A barraca vem com um colchãozinho de algodão branquinho, fiquei com dó de levá-lo no meio do mato e adaptei um therm-a-rest inflável  aposentado do Octávio, que dobrando ao meio, cabe certinho. É muito fácil de montar e desmontar como o vídeo mostra, e é muito leve. Ela vem dentro de uma bolsa feita com um tecido muito fininho, de tanto levar para lá e para cá acabou rasgando, tive que arranjar outra. Comprei na Amazon, mas a marca é britânica. Lá deve ser mais fácil de encontrar.

Luisa na barraquinha e nosso amigo André Maeda ao fundo. Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Luisa na barraquinha e nosso amigo André Maeda ao fundo. Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Sempre montamos nosso “acampamento” em cima de um tapete de picnic que vende na Decathlon. O tamanho dele aberto e enrolado é bom, é leve, fácil de lavar e a parte que fica voltada para o chão é de plástico, evitando que a parte de cima fique úmida. Como nossos picos sempre tem cocô de vaca, ajuda demais!

A alimentação

Eu me enganei legal achando que quando a Luisa crescesse ficaria mais fácil levá-la. Até hoje não sei de onde eu tirei uma ideia tão ingênua! Enquanto o bebê só mama e não anda é muito mais fácil, menos coisas para pensar e para levar.

Em setembro de 2013, quando a Luisa tinha 9 meses, passamos 14 dias no Cipó. Eu fiz papinha e congelei para todos estes dias, passei um dia todo cozinhando, e valeu a pena. De vez em quando eu dava papinha industrializada, mas não queria passar todos esses dias oferecendo somente esse tipo de alimentação. Deixava no congelador, e no dia anterior punha na geladeira o que iria usar. Saíamos um pouco antes das 10:00, e na hora do almoço já havia descongelado. Levo tudo numa lancheira térmica.

Uma coisa que aprendi na prática foi usar a rede como auxiliar na hora de dar comida, principalmente quando o bebê ainda não senta sozinho. É complicado explicar como ponho ela na rede, é melhor ver a foto:

Luisa lanchando na Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Luisa comendo na Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Octávio dando almoço para Luisa enquanto eu escalava. Foto: arquivo pessoal.

Octávio dando almoço para Luisa enquanto eu escalava na Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

A mochila

Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

A mochila que escolhi para carregar a Luisa trilha afora é o modelo Poco Premium da Osprey. Minha decisão foi baseada nas avaliações que esta blogueira fez (ela também avaliou a da Deuter e da Kelty). Não tive acesso “físico”a nenhuma mochila, escolhi pesquisando na internet e comprei na loja da REI (minha irmã trouxe dos Eua para mim). Essa mochila da Osprey atendeu a minha necessidade de ter bastante espaço para guardar as coisas. Na parte inferior, guardo as roupas, fraldas e a lancheira com comida. Na parte de cima, que se solta e vira uma pequena mochila, guardo os brinquedos e outros itens menores, como chupeta e protetor solar.

Trilha do G3, Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Trilha do G3, Serra do Cipó. Foto: arquivo pessoal.

Ela é muito confortável, as tiras da cintura se ajustam bem aliviando o peso, e esse modelo já vem com o protetor solar embutido (você puxa de dentro da mochila e prende na frente, podendo soltá-lo a qualquer momento). Comprei separado a capa de chuva, que é muito boa. Em março pegamos uma chuva torrencial na Serra do Cipó e ficamos encharcados, a Luisa ficou sequinha 🙂

Uma dica que aprendi com a Mara Imbellone (que acabou de encadenar a Coliseu – 9c, no Cipó!!), mãe da Luah de 1 ano e 1 mês , é usar aquelas almofadinhas de pescoço para quando o bebê dormir na mochila, assim não fica com a cabeça caída como a Luisa na foto, rs.

Observação: toda vez que visto ou tiro a mochila preciso da ajuda de alguém, pois quando a criança está mais pesada, dá medo de derrubar a mochila para o lado.

Concluindo: os amigos e a família são peças chaves na nossa volta à escalada. Qualquer ajuda como dar colo, dar segurança é bem vinda! Obrigada pra todo mundo que já me ajudou com a Luisa!

É isso, espero que tenha ajudado!

Se tiverem dúvidas, sugestões e mais dicas sobre este estilo de vida, escreva!

Boas escaladas,

Analu.